Escola realiza manhã de shows inclusivos com Casaca e Banda de Congo Escolar Toque Especial Serrana

Escola realiza manhã de shows inclusivos com Casaca e Banda de Congo Escolar Toque Especial Serrana

As bandas Casaca e a de congo escolar Toque Especial Serrana fecharam com chave de ouro a programação do Setembro Verde da Emef Serrana, em São Judas Tadeu, na manhã desta quinta-feira (14).

Os artistas capixabas consagrados nacionalmente por mesclarem rock, pop e reggae com o congo fizeram um show vibrante para professores e estudantes da escola, celebrando o mês da inclusão da pessoa com deficiência.

Hits como “Anjo Samile”, “Ondas do Barrão” e “Da Da Da”, que acordou o robozinho da Nasa em Marte em 2014, não deixaram ninguém parado na quadra da escola.

Em um momento, eles chamaram ao palco a banda da escola que conta com a participação de alunos com deficiência.

O encontro dos músicos profissionais com os artistas mirins da Toque Especial, que começaram a ensaiar há um mês sob orientação do professor de Educação Física Diego Barcellos, foi movido pelo cancioneiro tradicional das músicas do congo do Espírito Santo. Não faltaram “Iaiá, você vai a Penha” e muita euforia da plateia.

“Foi um show emocionante pela inclusão que a Emef Serrana pratica. Eu tenho um filho no espectro autista, de 6 anos, e sei o quanto isto é importante para todas as crianças. A música é global, alcança todas as crianças, neurotípicas, típicas, enfim, todo mundo. E estamos muito felizes, muito gratos por estarmos aqui atendendo a esse convite da escola”, declarou o guitarrista da Casaca, Júnior Araújo.

“Agradecemos pelo convite da escola para animar essa festa bonita com o tema da inclusão. É muito importante e estamos felizes por estarmos aqui, passando nossa arte e também a cultura do Espírito Santo para esta criançada. Ainda mais aqui na Serra, que é berço do congo”, elogiou o vocalista e líder da banda, Renato Casanova.

Para o artista, os meninos da banda Toque Especial Serrana passaram no teste. “Eles passaram com nota 10. Aqui na Serra, congo é algo que já está no DNA dos moradores, desde quando nasce. Corta o cordão umbilical, mas o congo fica”, declarou.

Notas melhoraram com o congo

Os integrantes da Toque Especial Serrana dizem terem vivido um sonho ao tocar ao lado de profissionais em pleno dia de lançamento do próprio grupo.

Os alunos com deficiência também apontaram os benefícios de participar de um grupo musical e de como isto tem auxiliado no seu dia-a-dia e na inclusão dos outros estudantes.

O estudante Carlos Eduardo Chiesa, 14 anos, do 8º ano, tem baixa visão. Ele que já toca violão gostou de conhecer o congo. “É um ritmo muito rico e variado. Já sabia que é uma música tradicional do Espírito Santo mas é diferente quando você vai tocar. A gente se encanta mesmo com ela”, elogiou.

Vitor Rodrigues, 13 anos, do 8º ano, tem déficit de atenção. “Tocando congo, minhas notas melhoraram porque passei a ter mais foco com a música e ajuda na minha concentração. Eu já tocava bateria mas conhecia pouco do congo. Agora, não largo mais”, destacou.

O mestre mirim, Pedro Henrique Rodrigues, 13 anos, do 8º ano, faz parte da banda de congo Konshaça desde os 4. Ele não tem deficiência e acha importante a música como ponto de encontro e de inclusão.

“A gente divide nossos conhecimentos de música e isto ajuda a afastar preconceito contra as pessoas com deficiência porque todo mundo pode participar e tocar congo”, opinou.

Leovando Pagani, 14 anos, do 8º ano, estava empolgado. “E tudo começou de um jeito sem compromisso, quase como uma brincadeira proposta pelo professor Diego. A gente ensaiou com os colegas com deficiência e já estamos tocando ao lado do grupo Casaca! Não queremos parar e também vamos continuar estudando porque só faz parte quem está com notas boas na escola”, prometeu.

O professor Diego Barcelos, responsável pela criação e ensaios da banda, ficou feliz com o que viu. “Os meninos estão maravilhados e se sentindo verdadeiros artistas. No show de lançamento dividiram palco com o Casaca. Isso nos motiva em relação à inclusão porque, na arte e na música, todos são iguais, mesmo com suas deficiências”, declarou. A banda já foi convidada para tocar em quatro Emefs da rede.

Vôlei sentado e futebol de cegos

A manhã na Emef Serrana contou também com outras dinâmicas para despertar na garotada a questão da inclusão de pessoas com deficiência.

Alunos participaram de uma partida de vôlei sentado e foram vendados para uma disputa de futebol de cegos. Também foi aberta uma exposição de releituras de obras de grandes artistas como Picasso e Van Gogh, feitas por alunos da Educação Especial.

A abertura contou com a execução do Hino Nacional feita pela banda Toque Especial e a participação de um ex-aluno. O flautista Alan Coutinho, que tem síndrome de Down, tocou “Para Não Dizer que Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré, e “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

“Atendemos a 70 estudantes com deficiência (autistas, baixa visão, cadeirantes) e a Emef Serrana trabalha a questão da inclusão dessas pessoas com a comunidade escolar o ano inteiro. O que vimos nessa manhã é um reflexo do nosso cotidiano”, compara o  diretor da Emef, Orias Júnior.

A secretária de Educação da Serra, Luciana Galdino, participou da abertura da programação. Ela lembrou que o Setembro Verde foi abraçado por todas as 144 escolas, com uma variedade de agenda criativa sob a temática da inclusão nas Emefs e CMEIs.

“Temos 4 mil estudantes público-alvo da Educação Especial na rede municipal da Serra e eles estão em casa com um acompanhamento de nossos professores e cuidadores, mas também com o incremento e generosidade dos estudantes que não deixam de fazer a sua parte para tornar mais inclusivo o ambiente escolar”, informou.

Fonte : Prefeitura da Serra