Alunos da Emef Feu Rosa promovem interação com pessoas surdas e levam a Libras para fora da escola

Alunos da Emef Feu Rosa promovem interação com pessoas surdas e levam a Libras para fora da escola

Seis meses depois de a Secretaria de Educação da Serra (Sedu) implantar o projeto Libras na Escola, que leva aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para toda a comunidade escolar, os efeitos na Emef Feu Rosa são sentidos além dos muros do colégio.

A comunicação e interação entre ouvintes e surdos melhoraram na sala de aula e também nas famílias e no dia-a-dia da comunidade. A aluna do 8º ano, Isabelly Alves, de 14 anos, que é surda, diz que, enfim, seus colegas aprenderam a se comunicar com ela. Os gestos com as mãos na hora de interagir estão mais naturais, não causando estranhamento.

“Até os professores fazem cumprimentos e indicações usando Libras e o ambiente fica bem melhor para estudar”, declarou. A reportagem contou com auxílio de uma professora intérprete.

Júlia Vitória, 14, cursa o 9º ano, é ouvinte e tem pais surdos. Depois que passou a ter aula de libras, a comunicação em casa subiu de patamar. “Eu consigo conversar com a minha mãe e ela me entende de uma forma mais ágil. E eu posso também me expressar com ela com mais uma alternativa, já que ela faz leitura labial”, comemora.

Bryan Gonçalves, 13, está no 8º ano e percebeu a importância de saber Libras na hora de jogar bola. “Foi maneiro, num campinho lá perto de casa. Um garoto aqui do bairro é surdo e eu consegui que ele me entendesse e eu entendi também os gestos dele. A gente bateu bola depois. Se não fosse esse curso, eu acho que eu ficaria meio sem jeito para conversar com ele. Agora eu abordo uma pessoa surda sem receio”, relata.

Projeto atinge 1000 pessoas na Emef Feu Rosa

A iniciativa, da Gerência de Educação Especial da Sedu, dá acesso a encontros formativos nos dois turnos para que professores e alunos da unidade do 1º ao 9º anos tenham noções de comunicação com as pessoas surdas por meio de Libras.

A proposta, que atinge 1000 pessoas na escola, promove mais inclusão no ambiente da Emef ao estimular que pessoas ouvintes interajam melhor com os surdos.

O projeto atraiu a atenção do Governo do Estado. Na próxima terça-feira (8), a escola vai receber uma caravana cultural formada por duas professoras e 35 alunos da Escola Estadual Sebastião Coimbra Elizeu, de Água Doce do Norte, região Noroeste do Espírito Santo.

Eles virão para conhecer detalhes e como é desenvolvido o projeto Libras na Escola. Está prevista uma apresentação musical com alunos surdos.

As aulas na Emef são ministradas pela professora Célia Valério que comemorou o alcance do projeto.  “A preocupação no início foi que a formação em Libras atingisse o público escolar mas nossa surpresa foi que isso se disseminou na comunidade por meio dos alunos. A escola está feliz com isso pois não só os professores e apoiadores que trabalham na Emef e, sim, todas as famílias no entorno da escola já começam a se comunicar com a língua de sinais”, descreve.

A escola em Feu Rosa também conta com uma sala de recursos multifuncionais que atende os alunos surdos no contraturno, sendo ainda considerada polo de referência para os alunos com surdez de toda a rede.

“O projeto tem uma importância imensa para a escola uma vez que ela pôde incluir todos os alunos e profissionais fazendo diferença para os alunos surdos. Eles conseguem estar dentro de uma escola e se comunicar não somente com os professores que trabalham junto a eles mas com toda a comunidade escolar. É importante ter esse projeto em toda a rede para que escolas polo, como a nossa, não se limitem a ensinar Libras somente para alunos surdos mas que possa engajar todos os alunos que estão nesse contexto escolar”, aponta o diretor da Emef Feu Rosa, Tales Félix.

Atualmente, há 47 estudantes surdos matriculados na rede municipal da Serra. Todos são atendidos por um professor de Educação Especial com formação em Libras.

Fonte : Prefeitura da Serra