17 de novembro é o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata
A #TBT desta quinta (17) vai subir recordando a entrevista com o urologista Wesley de Souza, um dos especialistas que trabalham no Ambulatório Municipal de Especialidades (Ames), em Jardim Limoeiro. Afinal de contas, estamos em pleno Novembro Azul, campanha de prevenção do câncer de próstata, e, 17 de novembro, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
No bate-papo com a equipe da Secom sobre a doença, o médico afirmou: “O câncer de próstata é o mais comum no homem e, quando se faz o diagnóstico precoce, aumenta a chance de cura em até 100%”. Na verdade, o especialista foi além, ao enfatizar que os cuidados com a saúde do homem começam na infância, além de salientar a importância da qualidade de vida associada à visita periódica ao médico. Confira.
SECOM – Quando falamos em saúde do homem, há uma idade determinante para que isso aconteça?
WESLEY DE SOUZA – O cuidado com a saúde do homem começa desde o nascimento. Na criança, por exemplo, começa com o acompanhamento de uma má formação genital, por exemplo. Passando dessa fase, da adolescência, é bem comum a atenção se voltar para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sobretudo nas orientações. Isso porque é a fase de despertar para as questões sexuais, sendo fundamental o especialista orientar sobre a importância do uso do preservativo, sobre as atividades sexuais. Já na fase um pouquinho mais madura, entram as questões propriamente das ISTs, com a possibilidade de aparecimento de doenças como sífilis, gonorreia.
*E a partir dos 40?
Nos casos e histórico familiar e que preencham os quesitos de predisposição ao surgimento do câncer de próstata, como cor preta e obesidade ( IMC acima de 30), o rastreio deve começar aos 45 anos.
* Descartando essa questão da hereditariedade, qual a idade preconizada pelo Ministério da Saúde para dar início ao rastreamento de câncer de próstata?
A partir dos 50 anos é uma idade de corte aceita no mundo. Mas é importante salientar que, no caso de histórico familiar e não preencha os outros requisitos, os cuidados deverão ser tomados a partir dos 45 anos.
* Você falou em rastreamento. Como ele é feito?
Começa na clínica, com a apresentação dos sintomas, histórico familiar para a doença. É bom frisar que sinais e sintomas de câncer de próstata são muito semelhantes tanto na patologia benigna quanto no câncer. E é por isso que é importante a avaliação do especialista, para distinguir cada caso.
* E quanto aos exames?
Os estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Urologia incluem toque retal, que é importante para não somente identificar se a próstata está crescida mas, também, se tem algum nódulo, necessitando, portanto, de um rastreamento mais profundo. Sabemos que 20% dos pacientes que têm câncer de próstata às vezes o PSA (Antigénio Específico da Próstata), a ultrassonografia estão normais. E por isso é tão importante esse exame local da próstata. Isso sem contar com a identificação de hemorroidas, fissuras, tumores.
* O PSA é um dos exames de rastreio, certo?
O PSA serve para medir a concentração dessa proteína na corrente sanguínea e é um marcador para a próstata. É importante salientar que o PSA pode estar um pouco alto e o paciente não ter câncer de próstata ou mesmo estar baixo e o paciente ter câncer de próstata. Por isso é fundamental a avaliação do especialista. Patologias como ISTs, infecção no trato urinário, o próprio aumento benigno da próstata fazem com que PSA aumente.
* E os outros exames?
O EAS, que é um exame simples de urina. Ele mostra se o paciente está perdendo proteína, pus, perda de sangue pela urina. A perda de sangue, quando não relacionada a alguma infecção, ela pode significar o início de um pequeno tumor no trajeto, na bexiga. Tem, também, a ultrassonografia, um exame sem efeitos colaterais que possibilita ainda ver a bexiga, por exemplo.
* Quais os sintomas de distúrbios da próstata?
Hesitação urinária é um dos primeiros sintomas. É quando o paciente chega para urinar, mas demora. Tem, também, sobretudo com a evolução da doença, o paciente começa a fazer um pouco de esforço para urinar. Veja bem: se a próstata está acrescida, ou se tem nódulo que atrapalha a dinâmica para o fluxo sair, ele começa a fazer força. E, como a bexiga não esvazia por completo, o paciente tem que urinar com mais frequência.
* Como se faz o diagnóstico de câncer de próstata?
Se há um conjunto de somatório de dados que induz o especialista a acreditar que o paciente tenha câncer, ele é submetido a uma biópsia.
* Vamos falar sobre tratamento?
Depende do tipo histológico que foi encontrado. Há vários tipos de tumor. Vai depender, também, da localização do tumor. Quando temos um diagnóstico precoce, há a chance de deixar o paciente curado através de uma cirurgia, radioterapia. Em casos mais avançados, a maioria das vezes se usa hormonoterapia e até quimioterapia. Nesse caso, as chances de cura já reduz. Por isso a importância dos cuidados periódicos, através de exames, consulta com especialista.
* Qualidade de vida associada ao cuidado periódico ainda é o melhor caminho?
Sim. O paciente deve ter uma vida saudável, com a prática de atividade física pelo menos cinco vezes por semana por 30 minutos; que diminua a ingestão de sal e açúcar; mantenha-se hidratado; e que tenha cuidado com a saúde. Que procure atendimento médico, na Unidade de Saúde, e, a medida da demanda, vá ao especialista.]
Fonte: PMS
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